Blogue Independente (sem nenhuma ligação ou filiação partidária), criado para alertar a desigualdade e discriminação social, existente na classe dos Técnicos Superiores das IPSS e Misericórdias dos Açores. Visto que, a categoria dos Educadores de Infância, é a única equiparada à função pública. Todos os restantes, aguardam atempadamente, por uma justa e merecida igualdade de oportunidades.








Manifestação dos Técnicos Superiores das IPSS e Misericórdias

Manifestação dos Técnicos Superiores das IPSS e Misericórdias
Realizada no dia 24 de Abril de 2010 em frente ao Palácio da Conceição

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Açores entre as regiões europeias com menos pessoas licenciadas

"Portugal é, a par da Itália, o segundo país da União Europeia com menos pessoas com estudos superiores, com a Região dos Açores a registar a pior estatística, sete por cento, revelam dados do Eurostat (...)." in Açoriano Oriental

É de facto triste constatar esta dura realidade, mas também avaliando pela forma com este governo trata das carreiras dos seus licenciados nas IPSS e Misericórdias dos Açores, não era de esperar outra coisa! Existem muitas outras profissões não qualificadas que são muito mais aliciantes em termos de progressão e remuneração da carreira! e ainda se dizem socialistas...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Vergonhoso!!

Email recebido em 24.05.2010
ADIDA EM LONDRES
INFORMAÇÃO A TODOS OS PORTUGUESES....
AFINAL OS NOSSOS JOVENS TÊM
MÉRITO...OU NÃO????
A nossa Maria merece...
'De acordo Com O Correio da Manhã, Maria Monteiro, filha do antigo Ministro António Monteiro e que actualmente ocupa o cargo de adjunta do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros vai para a Embaixada portuguesa em Londres.
Para que a mudança fosse possível, José Sócrates e o ministro das Finanças descongelaram a título excepcional uma contratação de pessoal especializado.
Contactado pelo jornal, o porta-voz Carneiro Jacinto explicou que a contratação de Maria Monteiro já tinha sido decidida antes do anúncio da redução para metade dos conselheiros e adidos das embaixadas. As medidas de contenção avançadas pelo actual governo, nomeadamente o congelamento das progressões na função pública, começam a dar frutos.
Os sacrifícios pedidos aos portugueses permitem :
assegurar a carreira desta jovem de 28 anos que, apesar da idade, já conseguiu, por mérito próprio e com uma carreira construída a pulso, atingir um nível de rendimento mensal superior a 9000 euros. É desta forma que se cala a boca a muita gente que não acredita nas potencialidades do nosso país, os zangados da vida que só sabem criticar a juventude, ponham os olhos nesta miúda.
A título de curiosidade, o salário mensal da nossa nova adida de imprensa da embaixada de Londres daria para pagar as progressões de 193 técnicos superiores de 2ª classe, de 290 Técnicos de 1ª classe ou de 290 Assistentes Administrativos.
O mesmo salário daria para pagar os salários de, respectivamente, 7, 10 e 14 jovens como a Maria, das categorias acima mencionadas, que poderiam muito bem despedir-se, por força de imperativos orçamentais. Estes jovens sem berço, que ao contrário da Maria tiveram que submeter-se a concurso, também ao contrário da Maria já estão habituados a ganhar pouco e devem habituar-se a ser competitivos.
A nossa Maria merece.
Também a título de exemplo, seriam necessários os descontos de IRS de 92 Portugueses com um salário de 500 Euros a descontarem à taxa de 20%.
Novamente, a nossa Maria merece!
Merece, em nome do Progresso, do grande Choque Tecnologico!

sábado, 15 de maio de 2010

Técnicos Superiores das IPSS/Misericórdias: Esboço de uma Calúnia

Artigo Escrito por um colega da Horta-Faial
A necessidade de reduzir a despesa do Estado com a Função Pública originou, em Portugal, medidas alternativas para assegurar uma série de serviços da competência daquele sector. As principais medidas passam pelo recurso a trabalhos a recibos verdes, a utilização de plataformas e/ou contributos das cada vez mais proliferadas Empresas Públicas e ainda a apropriação de esforços decorrentes de Organizações Não Governamentais (ONGs) e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)/Misericórdias.
No que reporta à última, os Órgãos de Comunicação Social, designadamente os da Região Autónoma dos Açores, têm desenvolvido um crescendo de referências. Concretamente, têm sido discutidos aspectos relacionados com a situação laboral dos Técnicos das IPSS/Misericórdias a partir de diferentes ângulos e já se tornou possível observar diversas convicções, algumas das quais antagónicas.
Os Técnicos Superiores das IPSS/Misericórdias fizeram, pela primeira vez, em 2008, notar o seu descontentamento relativamente à sua situação laboral. Sentiram-se especialmente mal recompensados pelos seus esforços e, movidos por um sentimento de injustiça, expressaram-no publicamente.
A questão chegou à esfera político-sindical, tendo imediatamente marcado presença nas respectivas agendas. Partidos de oposição e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP)/Açores denunciaram a existência de Técnicos Superiores contratados pelas IPSS, que se encontravam a prestar, na prática, serviço ao Instituto de Acção Social (IAS) para satisfazer necessidades permanentes de trabalho técnico deste Instituto, auferindo contudo vencimentos de acordo com as tabelas das IPSS/Misericórdias (um Técnico Superior de uma IPSS em fim de carreira está a receber 1.110 euros como vencimento mensal e um colega da Função Pública começa a trabalhar com salário mensal de 1.370 euros).
No mesmo ano, o Conselho de Administração do IAS não se mostrou alheio às participações e encontrou oportunidade para se solidarizar com os Técnicos Superiores das IPSS e manifestar a sua intenção de convergir para a matéria em questão com medidas de restituição de princípios, como o que se encontra previsto no artigo 59º da Constituição da República Portuguesa “para trabalho igual, salário igual”.
Em 2009, várias acções foram levadas a cabo pelas referidas estruturas, de onde se destacam interpelações na Assembleia Legislativa Regional e comunicados públicos. Por exemplo, o SINPAP/Açores para além de expor aquilo que designou de questões geradoras de alguma confusão jurídica-funcional e de justiça que urgem clarificar e resolver, informou que se iria realizar reunião tripartida com a Tutela e as Uniões das IPSS/Misericórdias.
Apesar de tudo, já em 2010, após terem desenvolvido mais esforços e novas rondas negociais, as mesmas estruturas dão conta da sua preocupação com o insucesso das suas acções ou, no caso do SINTAP/Açores, com o impasse na revisão do contrato colectivo dos trabalhadores das IPSS/Misericórdias.
Numa óptica bem diferente parecem estar os dirigentes governamentais que, numa tentativa de “tapar o sol com a peneira”, estrategicamente ordenaram que se fizesse uma “limpeza” destes Técnicos Superiores das IPSS/Misericórdias que, trabalhando nos serviços públicos, não são funcionários públicos, embora obedeçam e cumpram horários tal como se o fossem. Deste modo, actualmente a maioria encontra-se já a trabalhar de facto num espaço físico diferente dos seus colegas da função pública e aqui surgem novas dificuldades que tem sobretudo a ver com procedimentos burocráticos e que em última instância vem afectar e celeridade e boa condução das respostas a dar às famílias carenciadas para quem devem envidar todos os seus esforços.
Os técnicos Superiores das IPSS/Misericórdias, esses têm desenvolvido esforços no sentido de ultrapassar a situação de injustiça a que estão sujeitos e, segundo eles, lhes provoca efeitos indesejados no desempenho das suas funções contratuais ou até em importantes aspectos das suas vidas. Recentemente, destaca-se a manifestação realizada no dia 24 de Abril, em frente ao Palácio da Conceição, em Ponta Delgada.
Por coincidência ou por força de um objectivo específico, o Governo Regional dos Açores, pela voz do seu representante máximo, em 19-04-2010 (5 dias antes da manifestação), revelou na RTP Açores a sua convicção relativamente aos Técnicos, referindo que, “em matéria de solidariedade social […] parece que os problemas das instituições são mais importantes do que os problemas das pessoas. É mais importante saber quanto é que ganha um técnico de uma IPSS ou se tem ou não convergência com a Função Pública do que uma família pobre consegue ou não convergir para a média do rendimento Regional e, portanto, nós temos que alterar esses paradigmas, e uns têm que esperar pelos outros. Por exemplo, os aumentos das IPSS terão que esperar pelo aumento do rendimento das famílias que mais precisam”.
Com efeito, quem ouviu, percebeu que as palavras do Sr. Presidente eram comedidas, talvez devido à circunstância. No Jornal Diário Insular, de 20 de Abril de 2010 (4 dias antes da manifestação), um artigo de opinião da autoria de AM, intitulado “O que apetece é bater nos “Dr.” da Assistência” transpirava predisposição. AM apropriou-se de outra postura para percorrer um discurso eivado de uma total conspurcação dos Técnicos de Acção Social e depois atingir uma atmosfera de elogios que, descomplexadamente, usou para envolver o Sr. Presidente do Governo Regional. Ficou-se com a ideia que o artigo de AM não era mais do que uma encomenda, from Cesar, to Cesar.
Em todo o caso, parece caricato que o Sr. Presidente queira resolver, na praça pública, um problema criado por si. É, pois, preciso notar que os Técnicos Superiores atendem a hierarquias, as quais são da sua inteira confiança, algumas de há longa data. Mais, parece particularmente confuso o tom ameaçador dirigido às hierarquias intermédias, utilizado em público, não resultar em qualquer abalo na estrutura de valores daquelas.
Parece não haver dúvidas acerca das intenções do Sr. Presidente. É óbvio que se encontra empenhado na acção de manipulação da Opinião Pública.
Ao fim e ao cabo não se reduziu as despesas do Estado com a Função Pública, nomeadamente, por exemplo, os custos associados ao aluguer das instalações onde deverão instalar-se aqueles técnicos, e criou-se uma série de desigualdades que deram origem à injustiça social que deviam ser evitados.

O Antibiótico Social
05-05-2010

“Técnico Superior de IPSS Não Obrigado!”

Artigo escrito por um grupo de Técnicos da Horta-Faial.


De alguns meses a esta parte muito se tem dito sobre o trabalho dos técnicos Superiores das IPSS locais, principalmente daqueles que “dão a cara” pelo Instituto de Acção Social.
Para alguns trata-se apenas de “hordas de doutores e doutoras que dão consultas”, ignorância tal, que os impedem de perceber a necessidade destes gabinetes, criados por aquilo a que chamam de Assistência. De facto, os técnicos que trabalham na Acção Social deveriam estar mais disponíveis para o trabalho de terreno, mas o que muitos desconhecem são as razões que os impedem de o fazer, nomeadamente burocracias e políticas sociais que foram criadas e implementadas pelos seus dirigentes superiores e pelo próprio governo.
Para outros, as formações, os seminários e os estudos redundantes são escandalosos e têm de ser substituídos pela intervenção junto dos mais desfavorecidos. Mas quem terá implementado todos estes seminários e formações? Certamente não foram os técnicos, porque a estes só lhes é dito que se inscrevam e participem.
No que concerne aos Técnicos das IPSS que desempenham funções directamente para a função pública, apesar de afectos a IPPSS, além de trabalharem no espaço físico do Instituto de Acção Social trabalham para alcançar os objectivos dos seus superiores dos quadros da administração pública, recebendo vencimentos bastante reduzidos comparativamente com os colegas que desempenham as mesmas funções, colocando em questão o artigo 59º da Constituição da República Portuguesa “(…) para trabalho igual salário igual (…)”. Estes técnicos não são sujeitos a avaliação profissional para progressão na carreira, contudo trabalham para as estatísticas da administração pública e avaliação dos seus colegas.
Será que se poderá falar em justiça social??? Verdade se diga que são estes técnicos que defendem os direitos das famílias menos favorecidas e esforçam-se por integrá-las socialmente…e os seus direitos? Será que não são tão importantes? Parecem não ter grande importância aos olhos de membros do Governo Regional que menosprezam as suas condições salariais.
Para agravar a situação, o Instituto de Acção Social resolve o problema dos técnicos transferindo-os para outro espaço, com o intuito de ocultar esta realidade, acalmar os ânimos e tentar resolver esta irregularidade contratual.
As IPSS e as Misericórdias da Região pouco fazem para melhorar as condições de trabalho dos Técnicos Superiores, uma vez que estas medidas foram criadas propositadamente pelo Governo Regional, através de Protocolos e Acordos de Cooperação com as mesmas, para obtenção mão-de-obra barata. Muitos têm o proveito desta situação mas evidentemente que não são estes técnicos, pelo contrário, valerá realmente a pena investir numa formação académica para estar exposto a esta “armadilha” política que apenas tem em consideração os seus interesses.
Apesar da indiferença e insensibilidade de muitos relativamente a esta questão, os técnicos na sua generalidade não desistem de lutar pelos seus interesses e direitos, de forma a alcançar a sua dignidade laboral e, consequentemente, pessoal. Nesta justa reivindicação tem-se sentido o apoio do SINTAP, quer a nível informativo como de propostas para alterar esta situação. Exemplo disso, foi a recente e infrutifera tentativa de negociação da revisão e actualização do Contrato Colectivo dos Trabalhadores das IPSS/Misericórdias, que aborda a questão da revalorização renumeratória e profissional dos quadros técnicos superiores.
A actual situação tem fomentado o sentimento de injustiça e a instabilidade profissional, que se traduz numa busca incessante por melhores condições de trabalho, que origina uma grande rotatividade dos técnicos, afectando desta forma tanto as IPSS como as familias acompanhadas.
Por tudo isso, é vergonhoso assistir ao que tem sido dito, sem qualquer fundamento, sobre estes técnicos que desempenham com muita dignidade as suas funções mesmo com condicionantes bastante adversas.


Um Grupo de Técnicos

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um Povo que vive em estado de Graça

"Que me desculpe o povo deste país mas gente mais aparvalhada não há. É comodista, resignado e pouco dado a incomodar-se. Não sai à rua para defender os direitos que todos os dias lhe roubam, não sai à rua para defender os empregos que lhe tiram, não sai à rua para defender os salários que cada dia são mais de miséria, não sai à rua para correr com os corruptos que por ai andam, não sai à rua para exigir justiça, não sai à rua para acabar com a pouca vergonha dos compadrios pagos a milhões nem para impedir que o dinheiro dos nossos impostos seja utilizado para salvar os bancos e não o país. Não sai à rua para lutar mas vai em peso saltar para a rua quando o seu clube ganha um campeonato e vai voltar a sair para ver o papa. Depois, quando tudo desabar, lá vão a Fátima pedir aos santinhos que os salvem. Ontem à noite bem tentei saber notícias deste país e deste mundo, mas só dava futebol e mais futebol. Horas e horas como se nada mais fosse importante. Hoje saltaram de alegria e amanha vão ver o papa. Bons temas de conversa para terem depois de amanha na bicha do centro de emprego. "
Texto original: WEHAVEKAOSINTHEGARDEN

quarta-feira, 5 de maio de 2010